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"O Urso do Pó Branco" (2023)

Foto do escritor: Luciana SantosLuciana Santos


Em 1985, um terrível destino se abateu sobre um urso-negro residente na floresta de Chattahoochee, no estado norte-americano da Geórgia. O animal tropeçou em pacotes de cocaína que haviam sido jogados de avião por um traficante. Depois de ingerir de 3 a 4 gramas da substância, o urso morreu intoxicado ao lado da prova de seu crime. Quase quatro décadas depois, o conto de sua ruína inspirou O Urso do Pó Branco, que chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (30).


Com direção de Elizabeth Banks e roteiro de Jimmy Warden, O Urso do Pó Branco reimagina uma história na qual o urso não apenas vive, mas se torna viciado em cocaína, acompanhando diversos personagens que convergem para a floresta no momento em que um dos mais perigosos predadores da natureza está descontrolado. Eddie (Alden Ehrenreich), Daveed (O'Shea Jackson Jr.) e Syd (Ray Liotta) querem recuperar a cocaína; Bob (Isiah Whitlock Jr.) está investigando os traficantes; a jovem Dee Dee (Brooklynn Prince) e seu melhor amigo Henry (Christian Convery) estão matando aula; e Sari (Keri Russell) está atrás da filha fujona.


O filme parte da premissa de um urso sob o efeito de drogas para contar a história... de um urso sob o efeito de drogas. O Urso do Pó Branco entrega exatamente o que seu título promete: nem mais, nem menos. O resultado é um slasher no qual o assassino é um urso e os métodos de assassinato são diversos e criativos. Muito sangue, vísceras e pó branco fluem em modestos 95 minutos de projeção.


O roteiro de O Urso do Pó Branco cria dinâmicas gradativamente mais absurdas entre os personagens, sem nunca se aprofundar em nenhum deles. Não há aqui espaço para desenvolvimento, toda informação tem propósito cômico imediato. A direção de Elizabeth Banks parece se unir ao roteiro na tentativa de criar um potencial clássico cult, um candidato ao título “tão ruim que chega a ser bom”. Se tais obras podem ser produzidas propositalmente e não geradas espontaneamente é uma questão para os filósofos, mas a incerteza não impede a tentativa.


No fim das contas, O Urso do Pó Branco é uma opção divertida para qualquer espectador que aprecie a) ursos, b) ursos sob o efeito de drogas, c) ursos sob o efeito de drogas caçando e matando personagens descartáveis, d) todas as anteriores. Este é um filme destinado a figurar nas listas de destaques do ano, para o bem ou para o mal. Às vezes o cinema realmente é apenas uma câmera na mão, uma ideia na cabeça e um urso em computação gráfica. E duas cenas pós-créditos.



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O Pós-créditos é uma revista eletrônica especializada na sétima arte. Criada com o intuito de promover discussões e sair do senso comum. Surgimos em 2015 com a proposta de trazer conteúdo cultural relevante para todos os públicos, sem barreiras regionais.

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