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Escrito e dirigido por Aimar Labaki, "Cordialmente Teus" lança trailer e cartaz oficiais


Investigando a história do Brasil desde o passado colonial até um futuro distópico, Cordialmente Teus é, acima de tudo, um filme que fala sobre nosso presente. De forma bem humorada, mas sem deixar de lado a poesia e a crítica social, o dramaturgo Aimar Labaki estreia como diretor de cinema com esse longa com o qual busca trazer ao público maneiras de pensar sobre o país. O filme, que chega aos cinemas em 22 de setembro, acaba de divulgar seu cartaz e trailer oficiais.


"Para poder mudar é preciso compreender. E aceitar. O Brasil é um país fundado e estruturado pela violência e pela convicção coletiva de que as Leis são ficção. Só valem se for para prejudicar o inimigo, pessoal, de raça, de religião ou de classe", diz o diretor, que também assina o roteiro do longa, que traz no elenco Miriam Mehler, Mawusi Tulani, Debora Duboc, Marcos Breda, Agnes Zuliani, Thaia Perez, Taty Godoi, Clovys Torres e Liz Reis, que também assina como produtora do filme, ao lado de Ricardo Aidar.


Para essa compreensão, o autor criou dez histórias, que vão desde 1550 a 2083, que falam sobre situações cotidianas de pessoas comuns num país marcado pela violência, corrupção e desigualdade social. No presente pandêmico, uma mulher questiona sua dívida num banco. Num passado remoto, um português tenta transformar um índio em seu aliado.


Entre essas duas pontas, escravos se revoltam, judeus honram suas tradições em segredo para não serem pegos pela Inquisição, e guerrilheiros planejam o sequestro de um embaixador. No futuro, a violência se perpetua.


Trabalhar com cinema, para Labaki foi um bem-vindo desafio, no qual buscou "encontrar uma linguagem que desse unidade a passagens tão diferentes propostas pelo roteiro. Diferentes espacial, temporal e emocionalmente". E, para essa busca, cercou-se de uma equipe experiente e talentosa.


"Jacob Solitrenick, diretor de fotografia, foi um parceiro imprescindível. Eu sabia com muita clareza o que não queria. Mas qual seria a linguagem específica do filme descobrimos juntos, em diálogo permanente. Desse processo também participaram e foram muito importantes, a cenógrafa Ana Rita Bueno, a figurinista Anne Cerutti e o montador Pedro Jorge."


Já sua experiência no teatro, explica Labaki, foi fundamental no trato com o elenco de Cordialmente Teus. "A direção de atores em audiovisual é muito diferente do teatro. Mas as décadas dirigindo atores no palco me deu uma prática na parceria com esses artistas que me foi de muita valia."


Essa parceria, no entanto, começou bem antes das filmagens. "Fiz pesquisa específica de vocabulário para as cenas de época. E trabalhei o texto com os atores, que muito me ajudaram na sintonia fina. Não só no vocabulário, mas também na forma de abordar temas e ambientes que não me são tão próximos."


Na equipe artística, o longa tem Jacob Solitrenick (A Menina que Matou os Pais), na direção de fotografia; Ana Rita Bueno (O Pai de Rita), na direção de arte; e Anne Cerutti, no figurino. A montagem é assinada por Pedro Jorge (A navalha do avô).


Sinopse


Dez histórias ou uma só. Dez momentos na linha do tempo: 1972, 1999, 1550, 2083, 1891, 2012, 1618 - e uma mesma realidade: a violência dando a cara final às relações no Brasil. Uma revolta de escravizados numa fazenda de café, a tortura de um indígena, o sequestro de um embaixador, judeus se escondendo da Inquisição, uma torturada que revê seu torturador na plateia para a qual conta o crime cometido por ele, pai e filho conversando durante a Segunda Guerra, uma viúva que perdeu tudo na Encilhada e é forçada a se casar e perder a liberdade.



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