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Foto do escritorLuciana Santos

"A Cidade dos Abismos" chega aos cinemas dia 11 de maio



O centro da cidade de São Paulo, com seu ar de glamour e decadência, é um personagem em A Cidade dos Abismos, dirigido por Priscyla Bettim & Renato Coelho, que traz no elenco Verónica Valenttino, Sofia Riccardi, Carolina Castanha e Guylain Mukendi, além de contar com a participação de Arrigo Barnabé, Claudio Willer e do Padre Júlio Lancellotti. Produzido pela Cinediário, o longa tem distribuição da Boulevard Filmes, e chega aos cinemas em 11 de maio.


Priscyla, que também assina o roteiro, explica que a geografia do Centro interessa a ela e Renato, pois encontram ali uma espécie de presença espectral de várias energias de São Paulo, além das figuras noturnas que transitam pela região da Praça da República, Avenida São João e Luz.


"Há muitas camadas de temporalidade, muitas energias pulsando. São Paulo não é uma personagem realista, tentamos retratar essa camada metafisica, as diferenças, às vezes impressa na arquitetura, em monumentos. Criar uma imagem mais onírica, que dialoga com os universos poéticos dos poetas surrealistas que circulavam por lá", conta Priscyla.


Entre as inspirações para o filme, ela aponta, além do cenário, os poetas Roberto Piva e Claudio Willer, além de cineastas como Carlos Reichenbach, Wilson Barros, Andrea Tonacci e Ozualdo Candeias. "Esses cineastas do chamado “cinema de invenção são uma influência forte. Alguns filmes foram nosso norte, como Filme Demência, do Carlão, que mostra São Paulo à noite, meio demoníaca, onde os fantasmas se materializam."


O longa traz três personagens que testemunham um assassinato brutal na noite de Natal: Glória, mulher trans, Bia, jovem da classe média paulistana, e Kakule, imigrante africano. Tal evento muda o rumo de suas vidas; indignados com a impunidade, resolvem ir atrás dos criminosos e fazer justiça.


O ponto de partida para o roteiro foram histórias que Priscyla e Renato ouviram em incursões pela noite paulistana. "Tínhamos um pouco as histórias que colecionamos nessas noites na região da República. Nenhuma foi seguida fielmente, mas ponto de partida, e fomos construindo o roteiro, e muitas coisas nos ensaios, os personagens foram crescendo."


O filme conta ainda com uma música inédita de Arrigo Barnabé, "Virgem Jubilar", que também faz uma partição em A Cidade dos Abismos, além de assinar a trilha sonora, com Vitor Kisil. "Foi um presente. A gente já o admirava muito, e a música de vanguarda dele dialoga com o que a gente pensa do cinema. O convite veio pra fazer a trilha, e ele foi tão receptivo e aberto que o convidamos para atuar no filme."


O mesmo aconteceu com o Padre Julio Lancellotti. A princípio, Priscyla e Renato se aproximaram dele para pedir autorização para filmar uma cena de missa de sétimo dia na sua igreja.


"No filme já tinha um padre baseado nele, que lutava pelas causas das minorias. Pensamos em filmar na igreja dele, pois uma igreja mais tradicional não aceitaria filmar essa cena com mulheres trans. Na conversa ele foi muito generoso com a ideia do filme e convidamos para participar. Ele quis improvisar, falar o discurso de coração. E quando filmamos, todo mundo chorou de verdade, com muita emoção por causa da potencia da fala."


A Cidade dos Abismos tem produção da Cinediário, e será lançada pela Boulevard Filme e pela codistribuidora, Vitrine Filmes.


Sinopse


Glória, mulher trans, Bia, jovem da classe média paulistana, e Kakule, imigrante africano, testemunham uma morte brutal na véspera do Natal. O evento, vivenciado num bar decadente da capital paulista, muda o destino de suas vidas. Embora mal se conheçam, uma aliança é formada ali. Indignados com os rumos da investigação do crime, os três se recusam a ceder à injustiça e decidem ir atrás dos algozes. No filme, a inevitável descida ao inferno é permeada pela amizade e pelo afeto. E as utopias continuam vivas mesmo quando o corpo padece.



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